sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Texto interessante

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O Cuidado com as sementes - Texto


O Cuidado com as Sementes
Neyl Santos*
A juventude católica brasileira passa por um momento histórico muito importante. Proponho com estas linhas, trazer uma reflexão que ao meu ponto de vista se faz necessária.
Nos últimos meses, toda a igreja do Brasil se esforçou para enviar aquela que foi a maior delegação do país a uma Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Cerca de quinze mil jovens (e não mais jovens, diga-se de passagem), foram até Madrid em Agosto (2011) e vivenciaram uma forte experiência de fé. Na bagagem, mais que lembranças, trouxeram a responsabilidade de realizar no Rio de Janeiro a JMJ 2013. Antes mesmo disto, a CNBB já tinha tomado algumas atitudes para por em pratica a opção preferencial que a Igreja assumiu pelos jovens em Puebla, como a definição da campanha da fraternidade 2013 direcionada à juventude, a criação da Comissão Episcopal para a Juventude (dando assim maior estrutura para o trabalho de evangelização dos jovens), e a “tomada” do DNJ que durante 25 anos foi atividade da Pastoral de Juventude do Brasil (Antiga PJB que foi extinguia pela CNBB e que era a união das quatro pastorais de trabalho específico com as juventudes: Pastoral da Juventude – PJ, Pastoral da Juventude Estudantil – PJE, Pastoral da Juventude do Meio Popular – PJMP, e a Pastoral da Juventude Rural – PJR).
Mas nos regionais, dioceses e paróquias, o papo do momento é sem duvida a JMJ Rio 2013. Já existe até uma corrida onde o objetivo é enviar o maior numero possível de ônibus a essa atividade! Esse entusiasmo começa pelos padres e religiosos e acaba tomando conta de toda a comunidade que acha que está fazendo um grande bem à juventude, e logo ao futuro da Igreja. Só que estamos esquecendo um pequeno detalhe que até aqui deixei de lado propositalmente: No Brasil, ao falar de “Juventude” estamos na verdade falando daS JuventudeS, e é a partir deste ponto que começa o problema.
Algumas das juventudes católicas em nosso país sempre se diferenciaram por pautar as grandes temáticas relativas à vida dos jovens pelos próprios jovens. Pelo sonho do reino de Deus já neste mundo, pelo sonho não, pela luta por este reino, dando assim grande contribuição não só à Igreja (com inúmeros padres, religiosos/as e leigos/as consagrados/as), mas também a toda a sociedade (muitos/as gestores/as públicos/as tiveram suas formações na militância das juventudes católicas).
Ao focar todas as atenções para a JMJ Rio 2013, estamos correndo o risco de abafar tantos outros trabalhos iniciados no seio da Igreja do Brasil. Exemplo disto é a Campanha Nacional Contra a Violência e Extermínio de Jovens, promovida pelas Pastorais de Juventudes a partir de um grito jovem contra a violência, que desde 2009 tem feito um importante trabalho de base levando o debate que se faz necessário para as rodas de amigos, paróquias, os conselhos de moradores e ao poder publico. Esta campanha tem fim no segundo semestre de 2012 com uma grande marcha nacional contra a violência e o extermínio de jovens e que pouco ou nada se tem falado a respeito. Sem falar no espaço que estas juventudes terão na JMJ Rio 2013. No evento de “Boas Vindas” do símbolo maior da Jornada no Brasil, numa vasta programação só nos coube espaço para o Zé Vicente. E não me venham falar que não estamos focando todas as atenções na Jornada, porque o DNJ, por exemplo, que sempre discutiu questões pautadas pelos Jovens, em 2013 vai “discutir” a temática da JMJ já anunciada pelo Papa (Ide e fazei discípulos de todos os povos), e não me impressionará se o tema da Campanha da fraternidade for por esse lado também.
Aprendi na pequena experiência de trabalho com juventude, que o trabalho que surge de objetivos claros e concretos e com uma metodologia consistente, tende a resistir aos ventos do tempo e das adversidades. Estamos vivendo um tempo de articulação das Juventudes Católicas, e me assombra a idéia de que o único objetivo claro nesta articulação seja a participação maciça na Jornada do Brasil.
A JMJ Rio 2013, já começou. A Cruz está rodando todas as dioceses deste imenso país. Aqui em Recife, na nossa ultima reunião da Comissão Episcopal para a Juventude (em Setembro 2011) às portas de um DNJ, volta e meia a Jornada vinha à tona e tirava todo o foco da reunião. Os trabalhos com as juventudes feitas no Brasil estão se adaptando à JMJ, quando eu penso que era a JMJ que deveria se adaptar aos trabalhos feitos no país para que estes sejam fortalecidos, pois a Jornada é passageira, quanto que as Pastorais e Movimentos são permanentes. Quando a Cruz da Jornada sair do Brasil, os Movimentos e Pastorais continuarão aqui, e não podem viver apenas de lembranças.
Da mesma maneira, as expressões juvenis não podem remar contra a maré neste momento, ou estão fadadas e ver a onda passar e levar as sementes lançadas com muito esforço. Ou os agentes pastorais e as lideranças dos movimentos se inserem no processo de construção da JMJ Rio 2013, buscando um maior poder organizativo de suas respectivas expressões, para fazer da Jornada um sucesso não só na semana que acontece, mas também no Pós Jornada, ou teremos que assistir essas expressões virando guetos, e ao termino da jornada, os jovens se dispersarem com a mesma facilidade que se reuniram. Do que adiantará a JMJ no Brasil, se em muitas Igrejas Locais os trabalhos com as Juventudes continuarem sendo perseguidos, abafados, difamados, por inúmeros motivos? Do que adiantará a JMJ no Brasil se os jovens continuarem a serem vistos como o problema, como a mão de obra pra traçar a massa, carregar tijolo e limpar a igreja e não como sujeitos com anseios, sonhos e esperanças, com necessidade do encontro pessoal com o sagrado, e com vontade de traçar seus próprios caminhos?
Será lindo ver todas as Juventudes Católicas do mundo em terras brasileiras (um dos países mais católicos do mundo), mas será mais ainda, se as Juventudes brasileiras chegarem em 2013 organicamente fortes, articuladas, e cheias de jovens a fim de viver uma vida de compromisso com o projeto de Cristo. Penso que apenas assim, a igreja do Brasil colherá os frutos da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013.

*Neyl Santos é jovem de 20 anos, secretário Arquidiocesano da PJMP e da CAP Juventude em Olinda e Recife. Desempregado como tantos outros de sua idade. Contador de historias e poeta popular.

Suape

Como fica Suape em 2030

Complexo Industrial Portuário vai centralizar atividades econômicas em diversas áreas

Publicado no Diário de PE 28/07/2010


Um complexo portuário com influência além dos limites geográficos formais, responsável pelo escoamento de carga não apenas do Nordeste, mas de outras regiões do país. A revisão do Plano Diretor de Suape, apresentada ontem a empresários e representantes da sociedade civil, na quarta e última audiência pública sobre o tema, prevê a transformação da região industrial e portuária num polo de integração de projetos e propagação do desenvolvimento econômico nos próximos 20 anos.

A previsão até 2030 é que Suape centralize várias atividades econômicas, em áreas tão diversas quanto produtos agrícolas a granel, alimentos e bebidas; minério de ferro, aço e maquinário, contêineres, logística e distribuição; petróleo bruto e refinaria; químicos e fertilizantes; gás e energia; materiais de construção; e do segmento marítimo, naval e offshore. Se, na sua criação, o planejamento previa a instalação de um estaleiro, o Plano Diretor para 2030 prevê um cluster naval - que atualmente já conta com dois estaleiros e aguarda a confirmação de novos projetos.

Para consolidar o cenário projetado, entretanto, Suape deverá adotar o modelo de economia mista, com atração de novas fontes de receita e parcerias empresariais no Brasil e no exterior. Além de atrair novos projetos, a execução do plano depende da realização de investimentos na área de transporte rodoviário e ferroviário, com duplicação de rodovias estaduais e federais e a implementação e consolidação da ferrovia Transnordestina - sem a qual a projeção de fluxo de novas cargas não se viabilizará.

"A gente tem que se esforçar para fazer Suape viável para o futuro. Ao contrário de outras regiões, em que a cidade acabou impedindo o crescimento do porto, o planejamento de Suape está sendo pensado com distritos satélites, que se comunicam através de rodovias e ferrovias, deixando corredores abertos para irradiar o desenvolvimento a partir do porto", explicou João Recena, da Projetec - uma das empresas responsáveis pela formulação do plano diretor.

Na visão de Recena, as distâncias são reduzidas, na medida em que existe planejamento logístico. Daí, a importância de investimento no transporte de cargas e pessoas através de meios integrados (rodovias, ferrovias e por meio de VLTs - veículos leves sobre trilhos). "Algumas coisas Suape está recebendo, como a duplicação da BR-101 e a implementação da Transnordestina; outras, demandarão articulação", apontou.

Em relação aos impactos ambientais decorrentes do crescimento, o plano prevê a ampliação da Zona de Proteção Ecológica, de 48% para 59%. Ao mesmo tempo, reduz a Zona Industrial Portuária de 20% para 14% e aumenta a Zona Industrial de 21% para 22%. Na avaliação de Sidnei Aires, vice-presidente de Suape, a legislação tem sido respeitada e a viabilidade de Suape acontece porque as áreas de preservação ambiental e para utilização comercial da região foram pensadas desde a concepção do complexo.

"Estamos executando exatamente o planejado e seguindo o Estudo de Impacto Ambiental. Da área total, 45% são de preservação ambiental permanente e assim continuarão. Se temos atraído projetos diversos é exatamente porque o planejamento feito prevendo estas questões. Algo que não aconteceu em outros portos, que hoje sofrem para atrair determinados projetos", diz Aires. A partir da audiência pública, o projeto ficará disponível para receber sugestões durante dez dias. Depois será finalizado e encaminhado ao governador Eduardo Campos, para a elaboração de um projeto de lei que será enviado à Assembleia Legislativa.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Seleção Mestrado e Doutorado

Encontram-se abertas as seleções para diversos programas de pós-graduação (inclusive de Geografia) da Universidad Federal de Sergipe.
É só conferir: http://www.pos.ufs.br/geografia/

Também foi lançado o edital para Mestrado em Geografia da UFPB
www.geociencias.ufpb.br/posgrad

Confira ainda outros sites de interesse na área de Geografia na guia específica.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

11 de Setembro, lamentação e indignação

É verdade que o ocorrido em 11 de setembro de 2001 foi um fato lamentável daqueles que nos obrigam a pensar: Somos mesmo racionais?
Dez anos se passaram e somos bombardeados por uma propaganda que ao mesmo tempo condena os ataques e absolve todas as atrossidades promovidas pela política imperialista dos EUA e pela falsa defesa das liberdades (onde apenas a liberdade econômica é o que interessa). Morreram muitos inocentes no Word Trade Center, mas muitos inocentes também morreram e morrem vitimados por aqueles que se julgam senhores do mundo. Quantas crianças palestinas já morreram com tiros de fuzis israelenses? É sempre bom lembrar que os EUA acobertam as violações do Estado de Israel. Quantos árabes, mulçumanos ou não, foram presos ilegalmente em nome da defesa nacional (lêia-se da economia nacional que afeta o mundo inteiro)? Quantos afegãos foram presos e torturados em Guãtanamo? (Sim, a maioria sem direito de defesa foram presos por um país que se diz guardião dos direitos humanos). Quantos iraquianos foram mortos e humilhados?
É preciso enfatizar que não basta apenas acabar com o terrorismo (seja ele de qual nacionalidade ou ideologia for) para termos um mundo melhor. É preciso também que os EUA parem de tentar policiar o mundo, adotando dois pesos e duas medidas na política internacional. Ou então, infelizmente, continuaremos a ter a certeza das  palavras de Caetano Veloso: Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Intolerância

Intolerância com ateus e agnósticos

Tereza Halliday // Artesã de Textos
terezahalliday@yahoo.com
Diário de PE 08/11/2010

Fizemos alguns progressos no respeito às diferenças - afrodescendentes, gays e lésbicas, portadores de deficiências físicas ganharam espaços protegidos por lei, mas não necessariamente espaço de tolerância nos corações. É preciso ensinar tolerância às crianças desde muito cedo para que esse espaço se alargue.

Um de meus filósofos favoritos, vendedor de coco, dizia: ´o que não aguentamos mesmo, doutora, é a diferença de opinião`. Queremos, narcisisticamente, que o outro seja como nós, principalmente no que pensa e exprime. Porque nos sentimos certos, queremos que o outro abrace a nossa fé e ponto de vista. Com isto, sentimo-nos fortalecidos e enaltecidos em nossa certeza compartilhada. É assim, dra. Janice?

Um dos mais renitentes redutos de intolerância é o preconceito contra ateus e agnósticos. Dá para aceitar que o vizinho frequente outra igreja - mesmo que a ´nossa` seja ´a melhor`. Mas, para muitos, continua repulsivo e inaceitável que alguém não acredite em Deus - como o ateu. Ou duvide da existência de um ser superior - como o agnóstico, para quem Deus é uma hipótese a ser confirmada ou não. Alguns deles, por seu turno, também desdenham da crença dos que têm fé. Crentes e descrentes se estranham por ignorância e falta de empatia.

Marqueteiro político está careca de saber que, não declarar uma religião ou, pior, expressar-se ateisticamente ou agnosticamente, é perder votos na certa.Há eleitores que toleram quase tudo num candidato a cargo público: ser ficha suja, trambiqueiro, usar sua religião para enganar os outros, ser desobediente aos Mandamentos da Lei de Deus e às leis humanas. Mas, se acreditar em Deus, tudo bem - está desculpado de agir como pilantra e salafrário. Já um sujeito de bem que ouse expressar seu ateísmo ou agnosticismo é olhado com desconfiança e repulsa e considerado indigno de voto.

Uma pessoa que crê profundamente em Deus e teve alguma formação religiosa deve ter certeza de que todos nascem com a centelha divina e que um ateupode se afastar de Deus, mas Deus não se afasta dele. Duro de aceitar, não é? Além disso, esse Criador no qual o intolerante de profunda fé acredita, deu-nos uma coisa chamada Livre Arbítrio, fundamento das leis humanas garantindo liberdade de crença e de opinião. Então para que tanta implicância com ateus e agnósticos? É tão insuportável assim que eles também sejam filhos de Deus como você e, portanto, seus irmãos?

Está faltando uma boa dose de ´espírito cristão` no trato com ateus e agnósticos. Muitos batizados são carentes de espírito cristão - a compassividade, a postura do não julgar. Um coração aberto deveria brotar naturalmente de um coração religioso.Todos os nascidos neste mundo recebemos a mesma dádiva dos dias e das noites e herdamos juntos nossoplaneta. É pelos intolerantes com as diferenças que precisamos rezar: ´Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem`.