Karina Spinelli (Samba com sotaque de terreiro)
Vale a pena conferir.
Lucas e Orquestra dos Prazeres
Muuuuuuito bom!
Bloco Atola 2012
Muita reza, muita luta, muita festa
De todo amor que desejo
Queira Deus sincero e puro
Que seja um porto seguro
Sempre a esperança que me resta
Muita reza, muita luta, muita festa.
De toda a dor intensa
Que meu peito rasga
E a indignação na estrada
Sigo o sonho que a alegria atesta
Muita reza, muita luta, muita festa.
De toda luz que se espalha
E ao mundo se lança em canto
Seja a fé, um acalanto
Uma canção de seresta
Muita reza, muita luta, muita festa.
De todos os cantos onde estamos
O mesmo pensar nos une
A prática da liberdade que relume
Nos convida e nos penetra
Muita reza, muita luta, muita festa.
De todo o clamor que brota
Brote também a alegria
E juntos, firmes todo dia
Seguindo a cruz que reluz a testa
Muita reza, muita luta, muita festa.
Enildo Luiz Gouveia
Assessor Nacional da PJMP
Inspirado na saudade do Pe. Alberto Panichella
Aurora natalina de 2011.
Encontro Pernambucano de Coco 2011.
Mestre Lourenço (a esquerda) e Mestre Rico
Mestre João de Goitá (a esquerda) e Mestre Bio do Coco
Regozijo
Sinto-me satisfeito em suscitar a dúvida
Em criar incômodos e pensar as avessas.
Não simpatizo com a moda
Ando quase sempre na contramão
Se me querem feliz, desprezo
Sem me querem triste, alegro
Quando me vêm cantando
Pergunto-lhe qual o sentido?
Nunca me cansa a contestação
O que me cansa é a mesmice
Gosto das coisas ímpares
O singular me encanta os olhos
Vivo olhando o nada
Pois no nada me identifico
Não desejo aquilo que é comum
Minha vida é bem simples
Meus sonhos são ternos
O coração duro e singelo
Mas a mente, sempre inquieta.
Enildo – Outubro de 2011
Na hora de partir
Só me entregue
Na hora de partir
Nada além do que mereço
Seja desprezo ou afago
Seja o ódio ou apreço
Na hora de partir
Não soltes fogos
Ao menos que eles sejam
Uma forma de alegria
Que seus brilhos e estampidos
Transformem a noite em dia
Só retire de mim
Aquilo de que precisas
Uma gota não haverá
De suor nem lágrimas
Na hora de partir
Não atires lenços ao vento
Para vê-lo flutuar tediosamente
Cada passo à frente
Não deixa rastro, nem saudades
É um ponto, o mesmo início de sempre.
Enildo Luiz Gouveia - 2010
Mestre Bio do Coco e Toadas de PE (São João 2011)
Manisfeto tolerante
Poeminha da vida-morte
Seguir vivendo é ter
A certeza da morte
E morrer torna-se incógnita
O que vem antes
É apenas desejo, aspiração
O sentido da vida
Só se faz se a mesma finda
E retorna e recicla-se
Assim se segue vivendo
E morrendo todos os dias
Não há nada de novo nisto
E ao mesmo tempo tudo é surpresa
Não há lembranças, só expectativas
Estas que nos faz viver e morrer
Cotidianamente
Morrer pode ser uma certeza
A vida pode ser uma eterna dúvida
Ademais, se uma não faz sentido sem a outra
Deixo tudo como está.
Enildo Gouveia 2011
Manisfeto tolerante
Por que me condenas por ser diferente?
Não achas que isto é próprio de gente?
Por que me condenas ao inferno?
Se ao mesmo tempo pregas que o amor de Deus é eterno.
Achas tu que Deus é teu monopólio
E que só fala pela tua boca?
Donde é que tiraste esta ideia louca?
Achas também que ele só está em tua igreja
E que em outras crenças não?
Deverias pensar mais um pouco e abrir o coração.
Não sou mais um, como dizes, insano
Só quero expressar o quanto sou humano
Diverso, controverso e passageiro
Mas que tem o respeito como primeiro
E se insistes em agredir-me
Chamando-me de toda desgraça e de antivalor
Que o Deus que dizes creres
Te mostre o que realmente é o amor.
Enildo Gouveia
Março de 2011
VII FORRÓ DOS LISOS (junho de 2011)
Poesia
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Tempos atrás
Há algum tempo atrás
Não existia tanta tecnologia
E as pessoas eram mais gente
Há algum tempo atrás
A família era sagrada
Os pais a referência
E a escola, um outro lar.
Há algum tempo atrás
Não havia tanta oferta
De uma variedade sem limites
De coisas sem utilidade.
Havia mais verde e menos muros
Hoje, todos somos feixes de luz
Tão rápidos quanto os sentimentos
Tão opacos, tão paranóicos.
Há algum tempo atrás
Havia ansiedade pelo lento passar dos anos
Bem diferente de agora, onde o tempo
É pra administrar e ganhar dinheiro
Ainda se podia andar descalço
Pisar a terra e inspirar ar limpo
Fazer reuniões com vizinhos
Prosear e tratar de coisas comuns
Hoje, somos todos inimigos a priori
Quantas ondas , fluxos de energia
Circundam a nossa cabeça e atravessam
O nosso corpo atualmente?
Para nos deixar antenados em quê?
Ligados o tempo todo, pra quê?
O desconforto é estarmos sempre ativos
Mesmo que isto seja mera ilusão.
Enildo Gouveia
Junho de 2010
Mestre Valdeci (Repentista e Coquista) São João 2011