sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Suape

Como fica Suape em 2030

Complexo Industrial Portuário vai centralizar atividades econômicas em diversas áreas

Publicado no Diário de PE 28/07/2010


Um complexo portuário com influência além dos limites geográficos formais, responsável pelo escoamento de carga não apenas do Nordeste, mas de outras regiões do país. A revisão do Plano Diretor de Suape, apresentada ontem a empresários e representantes da sociedade civil, na quarta e última audiência pública sobre o tema, prevê a transformação da região industrial e portuária num polo de integração de projetos e propagação do desenvolvimento econômico nos próximos 20 anos.

A previsão até 2030 é que Suape centralize várias atividades econômicas, em áreas tão diversas quanto produtos agrícolas a granel, alimentos e bebidas; minério de ferro, aço e maquinário, contêineres, logística e distribuição; petróleo bruto e refinaria; químicos e fertilizantes; gás e energia; materiais de construção; e do segmento marítimo, naval e offshore. Se, na sua criação, o planejamento previa a instalação de um estaleiro, o Plano Diretor para 2030 prevê um cluster naval - que atualmente já conta com dois estaleiros e aguarda a confirmação de novos projetos.

Para consolidar o cenário projetado, entretanto, Suape deverá adotar o modelo de economia mista, com atração de novas fontes de receita e parcerias empresariais no Brasil e no exterior. Além de atrair novos projetos, a execução do plano depende da realização de investimentos na área de transporte rodoviário e ferroviário, com duplicação de rodovias estaduais e federais e a implementação e consolidação da ferrovia Transnordestina - sem a qual a projeção de fluxo de novas cargas não se viabilizará.

"A gente tem que se esforçar para fazer Suape viável para o futuro. Ao contrário de outras regiões, em que a cidade acabou impedindo o crescimento do porto, o planejamento de Suape está sendo pensado com distritos satélites, que se comunicam através de rodovias e ferrovias, deixando corredores abertos para irradiar o desenvolvimento a partir do porto", explicou João Recena, da Projetec - uma das empresas responsáveis pela formulação do plano diretor.

Na visão de Recena, as distâncias são reduzidas, na medida em que existe planejamento logístico. Daí, a importância de investimento no transporte de cargas e pessoas através de meios integrados (rodovias, ferrovias e por meio de VLTs - veículos leves sobre trilhos). "Algumas coisas Suape está recebendo, como a duplicação da BR-101 e a implementação da Transnordestina; outras, demandarão articulação", apontou.

Em relação aos impactos ambientais decorrentes do crescimento, o plano prevê a ampliação da Zona de Proteção Ecológica, de 48% para 59%. Ao mesmo tempo, reduz a Zona Industrial Portuária de 20% para 14% e aumenta a Zona Industrial de 21% para 22%. Na avaliação de Sidnei Aires, vice-presidente de Suape, a legislação tem sido respeitada e a viabilidade de Suape acontece porque as áreas de preservação ambiental e para utilização comercial da região foram pensadas desde a concepção do complexo.

"Estamos executando exatamente o planejado e seguindo o Estudo de Impacto Ambiental. Da área total, 45% são de preservação ambiental permanente e assim continuarão. Se temos atraído projetos diversos é exatamente porque o planejamento feito prevendo estas questões. Algo que não aconteceu em outros portos, que hoje sofrem para atrair determinados projetos", diz Aires. A partir da audiência pública, o projeto ficará disponível para receber sugestões durante dez dias. Depois será finalizado e encaminhado ao governador Eduardo Campos, para a elaboração de um projeto de lei que será enviado à Assembleia Legislativa.


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